Dmitry Shostakovich... meu amado...
Cheguei a casa.
Coloquei na aparelhagem o cd que comprei num dia muito complicado - hoje. Encostei completamente a porta do quarto e acendi uma vela. Tirei o caderno e a esferográfica da mala, logo após ter baixado a persiana e corrido as cortinas. Quase não vejo o que escrevo, mas o segredo é sentir, e não tanto o ver físico.
O Schostakovich... gostava mesmo de ter conhecido esse gajo. Tudo o que compôs é tão indiscutivelmente único e característico de si mesmo... Como seria ele? Devo acreditar e confiar nas palavras desses livros comercializados, cujo objectivo fulcral visa o lucro e nem sempre a educação e o formar do leitor?!...
O Quinteto para Piano e Cordas em Sol menor, que oiço neste momento, é o auge de todas as minhas formas de estar e de viver. O meu pensar, o meu sorrir, o meu chorar, o meu viver,... e mesmo o meu morrer. Esta música, de duração superior a meia hora, consegue ser o meu eu, mesmo sem eu saber quem sou... (mas a música sabe!). Como é que o Schostakovich teria adivinhado?! :P Interrogo-me se ele também se identificava tão exclusivamente com esta que escreveu... Assim sendo, casava com ele se ainda estivesse vivo fisicamente! (obviamente, caso ele também o quisesse... :P ).
Gostava que cada letra minha fosse, na sua sucessão, uma nota deste quinteto... Eu fecho os olhos e vejo uma história tão forte e tão característica dele... Como é possível?!...
(Entretanto, parei de escrever por poucos segundos e, sem me perceber, a caneta escorregou pela cama e caiu no chão. Quando acordei ainda tinha os olhos molhados...)
1 Comments:
Gostei muito do blog. Bem diferente do habitual...
Voltarei.
http://avoz.blogspot.com
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