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Confidências de uma tocadora de piano

Música de fundo: tema do filme "O Piano"

domingo, fevereiro 29, 2004

Só para avisar que hoje coloquei música de fundo no blog... Mudá-la-ei consoante a minha disponibilidade em ligação com o meu estado de espírito.
Neste momento ouvem o Estudo nº12 op.10 de Chopin, também chamado Estudo Revolucionário...

Mas porque?!...

Não entendo porque ainda sorrio quando vejo alguém sorrir...
Não entendo porque ainda sinto quando perdi o coração algures num sonho real...
Não entendo porque ainda vivo quando já morri à muito...

Muito sinceramente, não entendo...
...não entendo mesmo...

sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Somewhere out there...

Olá...

Faz tempos que não escrevo... Passou o Carnaval, com ele uns diazinhos de folga teoricamente... na prática muito trabalho... Saiu o primeiro número do jornal da minha escola de música, ficou dalguma forma engraçado e com ideias para melhorar da próxima vez (tal como deve ser a vida)... Enfim, uma série de acontecimentos, portadores de alguma instabilidade para a minha vida... Infelizmente sou muito susceptível a situações, emoções... e como consequência perco algo de mim... Nesta última vez perdi as palavras, as frases, o raciocínio... e por isso passei tanto tempo "estranha", diferente a falar/escrever, tanto nos meus manuscritos como em mails ou no messenger... (desculpem o abuso das reticências, mas... há sempre tanta coisa que fica no ar...)

Hoje escrevo. Apanhei ares diferentes durante o dia. Infelizmente eram os ares de Lisboa, mas que dizer?! Quando não há melhor, quando o coração do norte não fica a 5 minutos daqui, muito menos a uma hora... Nem sei bem a zona específica a que me refiro quando afirmo "coração do norte", mas sem dúvidas que é todo aquele sentimento de liberdade, de irreal, de tanta coisa junta... enfim, feelings que jamais se sentem no stress alfacinha...

De coisas menos boas hoje... uma pessoa muito querida para mim disse-me que eu já não lhe "falava de mim" há muito tempo... e o certo é q isso é verdade, mas não só com ela... Por acaso, bem à pouco tempo, falei de mim sim, a alguém, mas... não lhe podia ter dito nada porque estava em exames de faculdade e ao mesmo tempo não tava bem pessoalmente... é dificil nós dizermos a alguém que não está bem que, nós também não estamos bem... não era o mais correcto para o bem dessa pessoa... ao mesmo tempo, pondo-me eu no lugar dessa pessoa, obviamente que se calhar também não gostaria que alguém deixasse de contar comigo só porque eu não estava bem mas... há algo muito estranho... há mais coisas nisto tudo... "eu"... o que sou "eu" para poder falar de mim?!... às vezes deixo de existir e, a unica coisa que sinto são as minhas palavras e a música... Por falar nisto, recuperei uma força enorme a piano... acho que foi graças, acima de tudo, a minha stora de piano... já não sei nada dela à duas semanas, ela está na Rússia por motivos que lamento muito mas... é estranha a comunicação que eu e ela estabelecemos nas aulas... a nossa linguagem pianistica e mesmo em termos de arte...... (...).

Entretanto, para os amantes da escrita por palavras: está a decorrer um concurso para a vossa criatividade... consultem as informações do concurso no site:

http://sebenta.com/coolbooks/pag/cata/desafiopass.htm

Quanto a músicas... por favor oiçam "Somewhere out there" da Walt Disney, é linda! Tenho uma versão cantada por crianças tão singela e bonita... Se quiserem tirar da net procurem "An American Tail - Somewhere out there"... vale a pena...

Abraço

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Eu acredito no que, no fundo, talvez não acredite... Apesar de procurar acreditar no que não consigo acreditar...

Acho que hoje me consegui tornar um pouco mais positiva... Fui à escola, mas como cheguei atrasada à primeira hora, e como já tenho algumas faltas caídas do céu (como diz a minha stora “por culpa do computador”...), resolvi gastar um dos dois papéis de justificação de faltas que posso ter por periodo... Ainda aguardei um pouco por causa duns trabalhos, mas depois vim logo para casa... Aproveitei para descansar e trabalhar também, já que há tanta coisa a fazer!... Amanhã também não vou às aulas de Lisboa. Os meus testes já acabaram, assim aproveito e, já que é só aulas de prática em computadores, prefiro trabalhar em casa e justificar essas faltas com o papel de hoje ;) Entretanto quinta-feira dizem que é greve de alunos... Pois eu acho que não é greve, mas uma simples concentraçãozita... Antigamente justificavam-nos as faltas desse tipo de cenas, mas desde à uns tempos para cá que eles dizem que justificam mas as faltas aparecem... Por isso, caso na quinta haja mesmo greve, se as faltas forem justificadas, tudo bem! Se não forem, não há espiga! Justifica-se com o papel de hoje também... (Acho que não devia dizer isto com antecedência!...)...
No entanto fisicamente não ando muito bem outra vez, mas enfim, nada como deixar estes diazinhos sem “Camões/Lisboa” passarem...

Tive um pouco mais em baixo estes últimos dias mas... hoje, a trabalhar em casa, com um estilo de música diferente dos últimos dias (faz bem variar... mudar de ares...), acho que até fiquei mais positiva. Não quero ficar parada à espera da luz ao fim do túnel, pois sei que quando a encontrar, arrepender-me-ei por não ter aproveitado o prazer de cada momento da minha inutil existência (o “carpe diem”...). Por muito inutil que fosse, fez-me ver que tenho um pai muito querido, uma ou outra pessoa mais próxima, pela qual eu tenho um imenso carinho, a possiblidade de ter uma casa, o meu quarto, um piano acústico no meu quarto!... Um computador com net 24h/dia para conversar, ajudar e ser ajudada por pessoas que tenho um certo afecto, e uma ligação do computador a um piano digital para algumas experiências musicais e trabalhos mais rápidos... Mas, acima disto tudo, tenho uma paixão linda, do qual me devo orgulhar... a música! Eu até me orgulho apesar de toda a instabilidade que esta arte, assim como talvez tantas outras, traz, não só a nível pessoal. Por acaso, tive muita sorte nos professores este ano, talvez para compensar o desastre de tantos outros anos... Afinal, deparo-me agora com uma pequenina luz... Afinal, existem pequenas luzes na nossa vida, mas... estamos por vezes de tal modo tão cegos, que não vemos cores para além dos óculos escuros...

(Nunca escrevi algo tão positivo desde o início deste ano... para não dizer à tanto mais tempo...)

Um abraço para ti que lês... e que consegues chegar ao fim das minhas palavras...

sábado, fevereiro 14, 2004

hoje...

À pouco, quando sentada ao computador minha gata saltou para o meu colo, senti qualquer coisa no bolso do meu robe... Apesar de andar muito de mãos nos bolsos, jamais imaginaria que lá tivesse alguma coisa... principalmente assim com tanto tempo...

Encontrei um papelinho minúsculo, com o seguinte:


Quem esqueceu de vez esse amor não chora,
Dói mais a quem fica sem querer um adeus...
E por isso mesmo estás feliz agora,
E choro eu,
Ai choro eu...



Enfim, o que dizer?... A letra duma canção de Tony Carreira... guardada no bolso do meu robe azulinho à tanto tempo... e logo hoje descobri-a, coincidência pura, nem sei o que pensar...

Que dizer?... Velhos tempos, velhas recordações... sempre como se ainda fossem novas a cada momento...

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

"(...) Hoje (...) choro por tudo e por nada. Não sei bem porque. Sinto-me a mais... nada faz sentido pra mim. O que faço aqui? Nada me faz feliz. (...)"

Ontem mandaram-me esta mensagem... que responder? Nem por coincidência tenho afirmado, mais convictamente nestes dias, que já nem sei o que é sorrir sem ser forçado...
Cada vez mais conheço pessoas assim, sem saber "o sentido da vida"... e cada vez mais há pessoas egoístas que nos roubam a vontade de caminhar para a felicidade...

O Piano...
Ando muito tensa, e como consequência, ao tocar piano, toco com a cabeça e não com os dedos, o que é um erro gravíssimo! A tensão fica tal que quando dou por isso tenho os ombros acima da cabeça, e meus dedos já nem conseguem tocar porque supostamente são eles que devem saber as notas e não a cabeça.

"Um guitarrista toca com os dedos e não com a cabeça", assim como outros instrumentistas...

Fui para a minha aula de piano ontem muito triste. Para além de já ir atrasada, não tinha conseguido estudar nada, não tinha forças... Minha stora apercebeu-se desde início e mandou-me tocar o que eu menos gosto do meu repertório mas que ao mesmo tempo pode ser relaxante: a Fuga do primeiro Prelúdio e Fuga do Cravo Bem Temperado de Bach... :( Muitas notas ao lado, muitos dedos trocados... Que paciência que minha stora teve ontem comigo!... Mas nunca desistiu, nunca suspirou de impaciência, nem nunca me deu um sermão. Disse-me que quando não gostamos de uma peça, mas tocamo-la logo com tudo no lugar, tudo do início ao fim só por termos obrigatóriamente de a tocar nesse ano, é porque somos pessoas frias... fazemos o que nos mandam sem arte, sem o prazer de tocar... No meu caso, ainda não tinha conseguido tocar a primeira página daquela Fuga porque, nas suas palavras, "eu não era uma pessoa fria, mas pelo contrário, peças muito mais difíceis de decorar como o Estudo de Chopin que vos tenho falado, já estava completamente decorado!! Mesmo tendo tão pouco tempo para tocar..." Ela repete tantas vezes quando toco a fuga "Toca com prazer... Não tenhas pressa, mas toca com prazer...". Tivemos a aula inteira naquela peça... De início ainda me mandou tocar o estudo de Chopin pra mostrar à aluna que lá estava antes de mim, mas não me deixou tocar tudo para não me começarem a doer os braços/mãos... Mas, no entanto, apesar do meu constante cansaço, aquele tempo a tentar tocar e a falar sobre "arte" rendeu tanto!...
Tantas vezes ela tem paciência para comigo...

No fim da aula, a Isa, outra tocadora de piano com quem tenho tocado o Concertino para dois pianos de Schostakovitsh, apareceu na minha aula. tinhamos combinado que naquele dia mostraríamos o nosso trabalho até então à nossa stora... Ficamos nervosas de repente pela grande hospitalidade da stora! Aquele concertino leva no mínimo uns 10 minutos e o tempo já estava a roubar aula a outra aluna, mas a stora fez questão de nos ouvir!... Com uns conselhos seus, chegamos ao último acorde com um sorriso de quem fez umas quantas falhas, mas, sorriso esse, cativado pelo sorriso da nossa stora, que nos fez pensar que seríamos capazes de tocar aquele Concertino por toda a vida, mesmo sem parar!...

Acho que eu já nem queria outra coisa... finalmente descobrira alguma correspondência que me cativara na vida...

A stora elogiou-nos... Ficou muito contente com o progresso da outra tocadora de piano e... quanto a mim, ficou muito surpreendida com a forma como eu toquei (porque nunca tinha tocado com outro pianista, com a minha stora a ouvir...). Ela disse algo do género "é fascinante!! Mesmo muito fascinante!! Eu nem sei muito bem o que esta palavra quer dizer, mas só sei que todas as pessoas a dizem em alturas destas!! O que quer dizer mesmo??..." Respondi simplesmente "muito bom" porque ainda não acreditava no que ela dizia, mas ela afirmou "não, é mais que isso!!..."...

Eu e a outra tocadora de piano saímos da sala, e... assim que fechei a porta, já do lado da rua, demos um abraço muito apertado e desejamos tocar aquele Concertino tantas vezes, com todos os pormenores, de forma a ficar o mais perfeito possivel...

A acrescentar... para que se perceba o que contei à pouco... a minha stora de piano é russa... Chama-se Vera Belozorovitch... Tem uma biografia muito artística e sonho de qualquer um! Apesar de tudo o seu sonho é a dança e não tanto o piano... Mas é a arte, e tudo está intimamente ligado!... Quem vive da arte, tem certamente um coração cheio de ... vocês devem saber, nem eu própria consigo encontrar a palavra... é como que sentimentos, sonhos, fantasias,... atitudes inconscientemente humildes...

quinta-feira, fevereiro 12, 2004

Não estou à espera de saber, assim de um dia para o outro, o que é ser feliz... mas, o que é certo, é que, desde ontem, cada vez sei menos o que é realmente ser feliz...

Por este andar, vou conseguir escrever um livro aprofundado sobre o que é ser infeliz, com uma nota no fim a dizer "baseado na vida real"...

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

O que é ser feliz?...

terça-feira, fevereiro 10, 2004

Ontem perguntaram-me como estava...

Fisicamente ainda não tou bem, mas pelo menos já me consegui aguentar de pé todo dia. A vida permanece igual, só o tempo passa... um abraço apertado

segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Palavras... p'ra quê??.........................

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domingo, fevereiro 08, 2004

Seria ingénuo pensar que tudo permanece igual...

Para ti Flautista e para Quem Não Sabe Quem É... pensem que...

nunca se devem arrepender porque por breves momentos sentiram o prazer de viver e viveram em sentido de alguma coisa...

sábado, fevereiro 07, 2004

It's Probally Me

Há muito que não escrevo... Falta de tempo, disposição, cabeça e saúde. Claro que a lista continua...
Nestes dias que não escrevi, para além do excesso da carga horária habitual, tive testes de 2horas, trabalhos escritos e orais para apresentar, montes de ensaios e um concerto na Malaposta (Odivelas). Com tudo isto tive uma semana quase sem tocar o tal Estudo de Chopin que gosto muito e... já não consigo tocar tão rápido como conseguia a 7 dias atrás... :( nem a metade da velocidade...

Na vida de pianista, não se pode andar para trás... um pequeno passo para trás e voltamos ao poço, ao início, à essência. O problema, é que, só por uma pequena distração ou por ocasião impossivel de se continuar para a frente, temos de voltar a passar por tudo de novo: os mesmo problemas técnicos, alguns expressivos... e fazemos inesperadamente um regresso às horas de sofrimento a mancar na mesma cena...

Este concerto de 5ªfeira fez-me sofrer imenso. Não sei que tinha. Suspirava para mim com os olhos molhados. Eu não queria entrar naquele palco. Refugiei-me. Meus pés não queriam andar, mas todos, até os membros de cargo mais alto do Conservatório de Música estavam lá naquele momento, confiando inteiramente nos nossos 2 grupos onde eu tocava. Eu era indispensável, não só por ser a "tocadora de piano" mas também porque éramos um grupo, e era uma responsabilidade minha... não os podia abandonar, e assim como não era capaz de ir para o palco, também não era capaz de os deixar assim. Sacrifiquei-me e fui. Tocamos. Ao sair do palco felicitaram-nos, realmente até tinha corrido melhor que o que esperávamos, mas... saí de cabeça baixa. Senti prazer ao tocar, mas só por breves momentos, porque todo o resto tinham sido facadas, algo forte demais como a palavra "facada".

Pergunto-me se é só mais uma fase... mas se assim fôr, não será tempo demais para uma fase? À muito que sinto assim, mais precisamente desde o concerto na Escola Secundária de Camões, dia 18 de Dezembro de 2003. Nesse dia, minhas mãos tremiam de tal forma, o suficiente para não conseguirem tremer só dentro de uma tecla, mas irem para as teclas do lado, mesmo forçando a que eles (meus dedos) tocassem só aquela tecla. Eu forcei, lutei, usei a força, tentei, não desisti mas... (suspiro) Não foi o suficiente, não consegui controlar o meu nervosismo nem o meu desejo de não ir para palco.

Eu quero tanto tocar piano...
Mas quero fazê-lo para mim.
Quero falar comigo,
E encontrar notas e intervalos que me digam o que fazer,
Como continuar a viver.

Quero caminhar para a frente, seguir em frente...

Mas não consigo sozinha...

domingo, fevereiro 01, 2004

Felizmente... felizmente há luar...

Hoje... saí de casa para ir ao teatro ver uma peça a qual daremos este ano a português... estava a chuver imenso, fora assim o dia todo... e a acrescentado ao trabalho que tenho para fazer e ao meu cansaço, a minha vontade não era muita... Estranhamente, o facto de eu ir sózinha moveu-me quase sem dar por isso...

Acho que, com este pequeno passeio por mim própria, logo hoje, dei introdução à "descoberta" de como é (deve ser) bom falar com as pessoas, mesmo que não tenhamos vontade... por vezes, quando menos se espera, algo de bom acontece... numa ligeira conversa podemos arranjar fundos para um jornal ainda por nascer, pelo qual somos responsáveis... podemos descobrir que alguém tem possibilidade de nos arranjar um emprego bom, dentro da nossa área, daquilo que gostamos... e cujo ordenado pode ser melhor que o que recebem os licenciados!!... Podemos descobrir que alguém quer mesmo dar-nos um abraço apesar da distância e de tudo mais (pelo menos aparenta...)... Tudo isto em tão poucas horas!!...

Porque não falar... ou tentar fazer com que as pessoas que não querem falar, falem??!...

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